quarta-feira, 12 de maio de 2010

Drogas - o anjo caído

O ser humano é fissurado pela idéia de liberdade, mesmo sem conseguir entendê-la ou defini-la. A liberdade é às vezes ignorar o limite, é o rompimento de um paradigma, a conquista de um desejo “impossível”, ou pode simplesmente ser o abraçar, o despir, o cantar ou ainda ser vendida com o nome de carro, casa, viagens ou drogas... Qualquer coisa que nos leve para outro lugar. Estar onde estamos nunca parece bom o bastante e nem sempre o é, de fato. Para livrar-se do labirinto, Ícaro, da mitologia grega, usou as asas de cera e pena para voar. E voou. Voou sob o aviso de que não poderia chegar perto do sol, mas ele ignorou. Sair do labirinto já não era o suficiente, Ícaro entusiasmou-se e quis voar cada vez mais alto, até que suas asas derreteram e ele caiu no mar. Saiu de um problema para se afundar em outro. Querer voar para longe, desejar a liberdade não é o problema, mas como alcançá-la pode ser. As drogas parecem levar a algum lugar cuja sensação seja também de entusiasmo. No entanto, elas te fazem afundar sem que você sequer tenha saído do labirinto.

Por Thuane Daébs

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